terça-feira, 22 de junho de 2021

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OS FRUTOS DA FÉ “ Assim, as Igrejas eram fortalecidas na fé. e aumentavam em número, dia a dia". — Atos — Cap. 16, v. 5.


OS FRUTOS DA FÉ

“ Assim, as Igrejas eram fortalecidas na fé.

e aumentavam em número, dia a dia".

— Atos — Cap. 16, v. 5.

O grande convertido de Damasco, conhecido como

o tufão da nova idéia renovadora do Cristo, passava por

inúmeras cidades, desfazendo todo o pedestal dos anti­

gos conceitos embrionários sobre Deus e a vida. Argu­

mentava nas praças públicas, nas sinagogas, nas escolas,

nas hospedarias, com a alta filosofia, que rutila, e com

a ciência firme, que espera.

Paulo era doutor da lei. E, como tal, se constituía,

certamente, numa ventania muito forte para aquêles que

ainda ofereciam, em seus mundos mentais, ninho para

os pássaros das idéias, que, comparadas com a menta­

lidade cristã, eram assentadas na areia, com fraturas

em todas as suas conjunções.

O gigante do Evangelho, em alta função doutrinária,

passa nas cidades de Listra e Derbe, aldeias onde o

discípulo Timóteo já havia introduzido a palavra de reno­

vação do Mestre. Esse companheiro era filho de  uma

judia com um varão grego. Enriquecia sua alma, de fi­

lho de duas raças, com as qualidades indispensáveis aos

grandes labores.  Timóteo, paciente e valoroso, tinha

na oração um sustentáculo para as decisões maiores e,

no ambiente agressivo dos contraditores. lançava mãos

da arma prodigiosa da fé, que soubera herdar do grande

Mestre, vencendo todos os adversários da idéia de Cris­

to.

Paulo estava em uma excursão, onde deveria,  em

nome de Jesus, percorrer várias cidades e ilhas. Eram

todas distantes da sua terra natal, onde voltara,  com

humildade, depois de convertido, a  pregar a verdade,

com as qualidades que o coração oferece ao cristão

nascente. As distâncias que o antigo perseguidor  do

Evangelho se dispunha a perlustrar eram Imensas,  mas

a fé que Paulo havia grangeado do clarão dos céus, no

deserto, e a sua realidade interna,  faziam com que o

mundo coubesse nas suas mãos. Com essa mesma fé,

em Cristo e por Cristo, êle poderia ver todas as cidades

o aldeias, com suas respectivas necessidades. Nunca

temeu afronta nenhuma ao ser apedrejado e massacrado

pelos fariseus de todos os lugares e de todas as épo

cas. Era o cálice escolhido, no dizer do Mestre, para

a glória de Deus.

Timóteo também dava ótimos testemunhos em Icô-

nio. Em vista disso, Paulo queria que ele o acompanhas­

se e, como todos sabiam da descendência de Timóteo,

prlncipalmente os judeus que ali habitavam, sugeriu Pau­

lo que Timóteo fosse circuncidado, obedecendo a lei ju-

dáica. Com a circuncisão estariam dando “a César o que

ó de César”, sem nenhuma necessidade de mudar suas

convicções acerca dos autênticos ensinos de Jesus Cris­

to, a quem Paulo havia dado tantos testemunhos.

E um dia, o apóstolo dos gentios, encontrando Ti

móteo meio triste, lendo seus pensamentos, responde,

sem ser Interrogado, nesses termos : Timóteo, não afli­

jas o coração por teres sido circuncidado, meu filho.

Tem este fato como um símbolo : cortado algo em tua

carne, estejas livre também das forças inferiores que te

prendem ao mundo, e verás quantos prismas novos se

te abrirão, de valores incalculáveis, nascidos de uma pe­

quena contrariedade". E Timóteo, antes tristonho, levan­

ta a cabeça e sorri para Paulo, como se fosse uma cri­

ança a encontrar um paraíso de fadas.

Sua mente foi tocada pela luz, e, de fato, encontrou

um novo céu, onde sua fé se firmou, fulgurante e sem

par. Batendo, de leve, no ombro do campeão do Evange­

lho, articulou baixinho em seu ouvido : irei com o  Se­

nhor, para onde for e para onde desejar. Pisando na

terra, mas vivendo no céu, porque agora compreendí que

os nossos irmãos em Cristo não existem somente  em

Listra, Derbe e Icônio, mas em todo o mundo”. Deixan­

do escorrer nos grandes olhos lágrimas incontidas  de

grandes emoções espirituais, remata sua conversa : “de

0 valoroso discípulo cambaleou de emoção, alvo de

tremendo impacto. Considerar alguns animais imundos

vinha de Moisés, mas ele achava bom aquele preceito.

Por outro lado, se todas as coisas foram feitas por Deus,

pertenciam também a Jesus; como fazer agora ? Já havia

o Mestre falado antes a todos os discípulos que nada há

imperfeito na criação de Deus, que as imundícies e as

imperfeições estavam em cada um de nós, na maneira

pela qual sentíamos e observávamos as coisas. Por que

leria o legislador separado alguns dos animais, qualifi­

cando-os como imundos em  relação aos que figuravam

passivamente nas mesas dos que temiam a Deus ?

O espírito do mal queria confundir a Pedro, mos­

trando contradições nas leis espirituais de Moisés e Je­

sus. É o mesmo que alguns menos avisados querem fa­

zer hoje com Jesus e Kardec, mostrando confusão on­

de nunca existiu, esquecendo-se de comparar as neces­

sidades de duas épocas, separadas por vários séculos.

Quem viaja com Cristo e Kardec no bôjo da lei,

sentirá, no Espiritismo, o mesmo calor, o mesmo ambi­

ente do Cristianismo primitivo,  a  renascer no mundo

com maiores esplendores. Mas nunca deixam de apare­

cer os espíritos do mal, nos caminhos dos discípulos,

para confundir as coisas de somenos importância.  Os

céus o permitem, no sentido de testar quem se propôs

a seguir o Mestre.

Pedro, a sós, passeia os olhos molhados pelo céu —

dlr-se-ia mais uma estátua do que um homem — e abre

os lábios, compassivamente : "Senhor, queria saber  a

verdade sobre o que acabo de ver e ouvir; não posso

ir ter com os meus antes disso. Se necessário, ficarei

aqui, qual Moisés, horas a fio, ou dias incontáveis, mas

quero conhecer a verdade sem rasuras, estar contigo

em Deus; faze de mim o que te aprouver".

Diante de uma grande pedra, Pedro debruça  como

menino faminto, a esperar um pedaço de pão. Aguarda a

resposta do  Mestre, porquanto, raciocinando, descon­

fiara de tudo o que acontecera. Uma luz profusa parte

do alto, divide-se em três, bafeja o velho apóstolo, bri­

lha com variações nunca vistas em matéria de luzes,

torna a se fundir, serenamente, perdendo-se no infinito.

Pedro fica em lugar destacado no meio das coisas,

e uma voz, muito sua conhecida, fala : “Pedro, acalma

teu coração, desperta teu interesse pela obra de Deus e

segue-me; não confundas amor, com seperação; ser-teá

dado tudo para viveres; o teu e o nosso Deus, de amor

e bondade, nunca deixa nada sem valor. Os que queres

afirmar como imundos são os que te dão, na verdade, a

vida. Foram qualificados como imundos, vindos de ou­

tras bandas, mas se não fosesm eles, a vida seria im­

possível; abençoemos, pois, esses animais. A  velha

proibição visava a que eles não diminuíssem em quan­

tidade, para uma operação limpeza completa, entendeste?'

E a voz, meiga, terminou : “se não queres, não comas,

mas não odeies aqueles que, nos rudimentos da vida,

fazem os melhores dos bens’ .

Pedro, chorando, agora de alegria, entendeu  qus

deveria orar, mas acima de tudo, vigiar. Com a ajuda da

razão, selecionar os alimentos espirituais e não os ma­

teriais, porque destes está encarregado o organismo.

"No dia seguinte, indo êles de caminho e

estando já perto da cidade, subiu Pedro ao

eirado, por volta da hora sexta, a fim do

orar” .

Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre (psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)

 

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