O VALOR DA ORAÇÃO
“Portanto, vós orareis assim : Pai nosso
que estais nos céus, santificado seja o
vosso nome".
— Mateus — Cap. 6, v. 9.
Pelo que disse Jesus, a oração não pode ser moti
vada pela vaidade. Representando uma linguagem do ho
mem ao Criador, a oração deve ser revestida de toda
humildade e boa vontade, visando aprender, para servir.
No ato de orar, um dos mais sagrados da vida, o Pai
espera dos filhos os cuidados correspondentes aos seus
valores. “Entra para o teu aposento, fecha a porta, e
ora a teu Pai, que vê, em segredo". Não em longas e
barulhentas orações em praças públicas, para chamar a
atenção dos que passam, por vaidade. Essa prece não
passa dos lábios e, no fundo, trata-se de simples pedidos
interesseiros, a exemplo das dádivas estridentes coloca
das no gasofilácio, sem nenhuma participação do senti
mento. Assim ocorre com as orações por vaidade.
O ato de orar constitui uma permuta de valores, da
vida com vidas, de irmão com irmãos, do filho com
Deus; mas eis que isso se processa por conta da lei,
da justiça e da misericórdia. Todavia, o homem é mais
ou menos consciente da bondade do Criador, mormente
quando se encontra em estado de graça, em pleno fer
vor da oração.
Ao nos sentarmos, em torno de uma mesa, na hora
do repasto, alimentamos o corpo; ao entrarmos em nos
so aposento, fechando a porta e orando ao pai, em segre
do, estamos alimentando a alma. Nem corpo nem alma
alcança a felicidade, sem esses indispensáveis atos de
alegria e humildade, de reconhecimento a Deus. A ora
ção tem longa e porfiada viagem, começando no trabalho
rude de cada dia, e terminando no êxtase de refusão da
alma com o Senhor.
Alguns dirão que Deus é pai e onisciente, conhece
todas as nossas necessidades e, por isso, nada preci
samos pedir-lhe. Estão, em parte, certos, mas a vontade
Divina espera, por lei, o esforço de cada um, no sentido
de suprir suas necessidades. Coloca a água nas fontes,
mas os homens, para saciar a sede, terão que buscá-
la, para beber. Espraia os raios solare3, com uma tem
peratura que um ser encarnado não suportaria, parado o
dia todo, em um só lugar; mas esse, movendo-se, su
porta e se beneficia.
Guardou Deus, no seio da terra, todos os elementos
indispensáveis ao bem estar da huminidade, esperando
que esta se movimente e descubra condições para o con
forto próprio, obedecendo a lei de esforçar-se para viver
melhor. São os rudimentos da verdadeira prece; é o
“batei e abrir-se-vos-á"; é o “pedi e dar-se-vos-á”; é o
cai e achareis". A lei soberana de Deus rege todos os
quadrantes da vida, dando a cada um segundo o seu
merecimento. Não há perda das aquisições, nem des
vios da justiça. As leis nunca foram burladas; mas sim,
dirigidas por um amor que, jamais, foi insensível aos
corações que sofrem.
A sinfonia da vida universal é uma eterna oração : a
a perda se esvai, sem ter condições de exigir algo em
troca do seu sacrifício. Mas a lei não a abandona, e lhe
dará, no futuro, uma evolução superior. A árvore se
desfaz, até o pó; o animal é arrastado ao sacrifício,
pelo sustento dos homens. Mas o amanhã lhe reserva o
amparo da justiça.
E o homem, que tem superioridade sobre todas as
coisas do mundo, não deve buscar a humildade, a re
signação e a esperança ? Deve, sim. E, avantajando-se
aos outros reinos, passo a passo, há de chegar à pleni
tude da caridade, que sempre se confunde com a ciên
cia da oração.
“ Pai nosso que estais nos céus, santificado
seja o vosso nome” .
Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre
(psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)
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