DÁDIVA FELIZ
“ E disse : verdadeiramente vos digo que es
ta viúva pobre deu mais do que todos” .
A caridade, em todas as épocas, constitui motivo
de atração para as almas que têm maior sensibilidade
para as coisas de Deus. As formas de praticá-la va
riam, de acordo com o meio em que as pessoas se en
contram, desde o pedinte das ruas, até os círculos
coruscantes de pedrarias daqueles que se congregam
no calor social. Entre esses dois polos, pede-se, para
alguém, ou para alguma coisa. O ato de dar, com cer
teza, alivia, de maneira sutil, e conforta o coração que
oferta.
Como todas as coisas, aperfeiçoa-se a caridade. Nos
que distribuem por vaidade, chama-se alívio temporário
de consciência; nos religiosos que dão, esperando ga
nhar alguma coisa no céu, empréstimo a longo prazo;
os que oferecem com amor aos necessitados, sem espe
rar nenhuma recompensa, estes estão fazendo a verda
deira caridade.
O ser humano não evolui de um dia para outro, co
mo ninguém sobe uma grande escada, saltando do pri
meiro ao último degrau, mas sim, lance a lance; eis
porque a natureza, também, usa esse método no campo
da evolução espiritual.
O “não julgueis para não serdes julgados”, cons
titui uma disciplina para todos nós. Não fora isso, o
cristão descambaria para o terreno da maledicência, a
julgar desenfreadamente, porque o semelhante ajuda
esperando recompensa, dá na certeza de receber e
abençoa para ser garantido pelo céu. Essas almas, na
verdade, iniciam seus passos nas hostes do Cristo, â
procura de Deus. E qual de nós tem autoridade para
julgar, se o Mestre não procedeu dessa forma com a
mulher adúltera ?
— Deus, antes que os olhos humanos, vê tudo, e ainda
tavorece meios de vida saudáveis para os comerciantes
desonestos, para os trapaceiros, para os ignorantes, para
os que roubam, para os que negam suas próprias proce
dências. Então, nós outros é que vamos persegui-los,
julgá-los ? Se assim procedermos, estaremos nos desfa
zendo do honroso título de companheiros de Cristo,
porque quem ataca o comércio das coisas de Deus, ni
vela-se aos errados; quem persegue os trapaceiros,
comunga com eles; quem massacra o ignorante, é seu
igual; quem não esclarece aos que roubam, quer ter
ladrão para sempre; quem amaldiçoa os que negam a
Deus, está construindo o verdadeiro materialismo, roupa
velha já deixada pelos filhos pródigos.
A caridade não tem dono nem obedece aos homens;
é filha do amor, e portanto, universal. Não há quem a
tenha definido melhor que Paulo de Tarso, quando disse :
‘‘Ela tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".
Passando Jesus por perto de um templo, vê filas de
pessoas a depositar dinheiro no gasofilácio, que tilin
tava mais, ou menos, de acordo com a quantidade de
dádiva ofertada. Os que tinham posses, despejavam
grande quantidade de denários, e os sons anunciavam
as ofertas dos ricos. Mas acontece passar uma viúva
pobre, colocando sua última moeda no cofre do templo.
O Nazareno percebeu, com interesse, e sentiu o amor
daquela mulher que ofertara tudo o que possuía, sem
pensar em recompensas.
Jesus não ofende os ricos, não julga os poderosos.
Mas, no meio dos seus, estimula a verdadeira caridade.
"E disse : verdadeiramente vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos. "
Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre (psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)
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