terça-feira, 6 de julho de 2021

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OURO DO MUNDO



 OURO  DO  MUNDO

“ Então disse Jesus a seus discípulos :  em

verdade vos digo que um rico dificilmente

entrará no reino dos céus” .

— Mateus — Cap. 19, v. 23.

O Messias não disse que era impossível um rico

entrar no reino dos céus. Não iria o Mestre dizer uma

inverdade. As dificuldades são inúmeras, para os ricos

de todas as ordens. Nesse texto, escrito por Mateus,

não encontramos o Evangelho afirmando que o pobre te

ria entrada franca no reino de Deus. Se, dificilmente,

um rico entraria nos céus, as mesmas dificuldades en­

contraria um pobre, por ser, tanto quanto o rico, espírito

devedor, sujeito às mesmas leis do Senhor.

Se a riqueza é uma provação, igualmente o é a po­

breza, talvez pior. Tudo depende do modo pelo qual re­

cebemos, quando no mundo, tanto a pobreza, quanto a

liqueza. São duas forças poderosas, que margeiam o espí­

rito na terra e que poderão, ou não, ser bem usadas. Só

o espírito evoluído sabe aproveitar uma e outra,  é difí­

cil entrar no reino divino um rico avarento, que não sa­

be fazer uso de sua fortuna.

Os valores materiais,  principalmente  nos nossos

tempos, nunca são inúteis pois, de qualquer forma, es­

tão em função do bem. Milhares de famílias vivem dos

salários que os bancos pagam aos seus funcionários,

outro tanto das fábricas, e até mesmo o luxo propicia

serviço digno a muita gente.

O ouro é uma energia poderosa, correndo nas veias

da evolução e, sem ele, voltaríamos às cavernas. Sem

dúvida, poderá um operário ter melhor lugar no mundo

espiritual, mas acontece também  o  contrário;  quem

conhece a lei da reencarnação, sabe de sobra, que um

pobre poderá ser mais usurário que um abastado, e tal­

vez seja isso que o tenha colocado no lugar onde se

encontra. O espírito tem que percorrer todos os caminhos,

que constituem escolas, onde a alma vai aprendendo,

de degrau em degrau, até escalonar o ápice da perfei­

ção.

Na falta de grandes empresas, surgidas pela força

do ouro, como disseminaríamos  o  Evangelho ? Hoje,

com as luzes do progresso, seria ridículo, se não Im­

possível, copiar os livros a pena de pato. A inteligên­

cia abriu clareiras  novas,  enriquecendo os meios de,

com a rapidez vertiginosa das máquinas, produzir-se mi­

lhares e milhares de livros por minuto. Isso não se faz

sem o ouro, canalizado para as bênçãos do trabalho. O

mundo não teria condições de equilíbrio, se nele vives­

sem ricos, e regrediría  a  humanidade às suas mais

atrasadas origens, se todos fossem pobres.

Ler o Evangelho superficialmente, é o mesmo que

comer um bom pedaço de bolo sem fome. perdendo o

seu verdadeiro sabor. Importa que o conheçamos em

espírito e em verdade, para o nosso próprio bem. A le­

tra foi para ontem; hoje. é o espírito que vivifica. Po­

bres e ricos devem ser irmãos na grande jornada, sem

um querer ser mais que o outro, já que todos são fi­

lhos de Deus.

Às vezes, um rico em que o pobre destila o veneno

da maledicência, foi ontem seu pai, ou mãe, ou filho, ou

irmão; muitas vezes, o pobre que hoje o rico persegue

e despreza foi, em etapas passadas, alguém que muito o

amou.

Todos fazemos parte de uma grande corrente univer­

sal, e cada elo precisa do outro. A fraternidade não é

um mito, constitui uma realidade, em todos os ângulos

da criação. Compreendemos, pois, as necessidades da

ajuda de uns para com os outros, pobres e ricos. Avan­

cemos, de mãos dadas, em busca da verdadeira felici­

dade, que, se não está no dinheiro, também não mora

na pobreza : é um estado de alma, que se chama evo­

lução.

Na verdade, muitos espíritos descambaram para os

precipícios inferiores, por  mau uso das possibilidades

bres não foram parar em zonas inferiores, depois do

desencarne, por se revoltar com a miséria temporária

em que se encontravam na terra ? As bem-aventuranças

foram ofertadas para os que sofrem, para os que cho­

ram, para os humildes, porque esses já se encontram

às portas do arrependimento. Os ricos que entram nos

céus sem dificuldades são os ricos de virtudes; os po­

bres que entram no reino de Deus, são os pobres de

ignorância.

Se Deus confiou aos pobres os serviços mais ru­

des, enviou os ricos, em missão de ajudar,  nas horas

difíceis. Se o Cristo entregou aos poderosos o campo

direcional dos bens terrenos, espera dos pobres a ajuda

compreensiva, sem a aqual nada será feito. Se não é

fácil, a um rico, entrar no reino de Deus, um pobre,

também, lutará com grandes dificuldades, mas a nenhum

será impossível.

"Então disse Jesus a seus discípulos : Em

verdade vos digo que um rico dificilmente

entrará no reino dos céus” .

 Alguns Angulos dos Ensinos do Mestre (psicografia Joao Nunes Maia - espirito Miramez)


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